O governador Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira (20) que será feita uma auditoria em todos os hospitais estaduais de São Paulo. A medida foi anunciada após denúncias de uma série de fraudes em escalas de hospitais da capital e do interior. "Vamos auditor todos os nossos hospitais", disse.
Alckmin afirmou também que o governo pretende implementar o método "via rápida", já usado para punir e expulsar policias militares envolvidos em crimes e irregularidades, nas corregedorias da área de saúde. "É a agilização dos procedimentos. Quando se tem uma denúncia, rapidamente se apura e pune [os responsáveis]", disse.
Na quinta-feira (16), a Polícia Civil prendeu 12 funcionários públicos da saúde envolvidos em um esquema de fraudes nas escalas e em licitações. Ontem (19), o secretário de Esporte, Lazer e Juventude, Roberto Pagura, que é médico do SUS (Sistema Único de Saúde), pediu demissão após gravações autorizadas pela Justiça que mostravam o seu envolvimento no esquema.
Segundo afirmou Alckmin, Pagura não era funcionário do Estado. “Ele nunca recebeu do Estado [paulista]. Não teve nenhum envolvimento com licitação, nada disso. Ele é funcionário federal do SUS, que em 2009 foi comissionado e ficou dois anos comissionado no Hospital de Sorocaba e, segundo ele [o ex-secretário], para cuidar de projetos científicos, atividades relacionadas à saúde”, informou.
O coordenador de Serviços da Saúde da Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo, Ricardo Tardelli, pediu demissão no início desta manhã, após ter seu nome vinculado à investigação do Ministério Público sobre as fraudes.
O diretor da unidade, Heitor Fernando Xediek Consani, que está entre os presos, foi afastado do cargo. Segundo a polícia, ele chefiava o esquema há cerca de três anos. A Secretaria do Estado da Saúde decretou intervenção no hospital, que atende 48 municípios da região.
De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa, que era chefiada pelo ex-diretor do CHS Ricardo José Salim, desviava verbas destinadas ao pagamento de plantões a servidores do hospital, direcionando-as para beneficiários que não cumpriam suas jornadas de trabalho.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, acompanhou o trabalho da polícia.
A operação, batizada de Hipócrates em homenagem ao pai da medicina, começou a partir de denúncias dos próprios funcionários do Hospital Regional de Sorocaba, que atende a 48 cidades.
De acordo com o promotor público Wellington Veloso, o esquema contava com funcionários fantasmas. Os profissionais receberiam por plantões que nunca eram realizados.
“Há casos de funcionários com vínculos em até quatro hospitais. As pessoas estariam em mais de um lugar ao mesmo tempo, o que é impossível”, disse. O grupo também realizava fraudes em licitações e desvio de verbas. “Médicos que nunca estiveram no hospital eram pagos pelo trabalho.”
A Secretária executiva do Gaeco (o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Sorocaba, Maria Aparecida Rodrigues Mendes Castanho, informou que cerca de 40 a 60 pessoas podem estar envolvidas nessa quadrilha.
Todos os suspeitos são diretores do hospital, médicos, dentistas e enfermeiros. “Ainda não podemos precisar o valor, mas é certo que esse desvio de dinheiro público está na escala de milhões de reais”, afirma.
Os presos serão mantidos no CPI-7 (Comando da Polícia Militar do Interior). “A prisão temporária é válida por cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco, caso haja necessidade”, disse Maria Aparecida. “Vamos ouvir o depoimento de cada um e tentar descobrir os detalhes do funcionamento desse esquema de fraudes.”
O titular da Delegacia Antissequestro de Sorocaba, Wilson Negrão, explicou que não há prazo para o fim das investigações. “Existem muitos documentos para serem analisados, por isso não podemos precisar quando esse caso será encerrado”, diz Negrão. “O que sabemos é que a população estava sendo claramente atingida pela falta de profissionais para o atendimento.”
Fonte: Uol Notícias
Alckmin afirmou também que o governo pretende implementar o método "via rápida", já usado para punir e expulsar policias militares envolvidos em crimes e irregularidades, nas corregedorias da área de saúde. "É a agilização dos procedimentos. Quando se tem uma denúncia, rapidamente se apura e pune [os responsáveis]", disse.
Na quinta-feira (16), a Polícia Civil prendeu 12 funcionários públicos da saúde envolvidos em um esquema de fraudes nas escalas e em licitações. Ontem (19), o secretário de Esporte, Lazer e Juventude, Roberto Pagura, que é médico do SUS (Sistema Único de Saúde), pediu demissão após gravações autorizadas pela Justiça que mostravam o seu envolvimento no esquema.
Segundo afirmou Alckmin, Pagura não era funcionário do Estado. “Ele nunca recebeu do Estado [paulista]. Não teve nenhum envolvimento com licitação, nada disso. Ele é funcionário federal do SUS, que em 2009 foi comissionado e ficou dois anos comissionado no Hospital de Sorocaba e, segundo ele [o ex-secretário], para cuidar de projetos científicos, atividades relacionadas à saúde”, informou.
O coordenador de Serviços da Saúde da Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo, Ricardo Tardelli, pediu demissão no início desta manhã, após ter seu nome vinculado à investigação do Ministério Público sobre as fraudes.
Entenda o caso
Depois de uma investigação de nove meses, a Polícia Civil de Sorocaba (90 km de São Paulo) desarticulou uma quadrilha que praticava fraudes no CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba). Funcionários públicos da saúde são suspeitos de desviar milhões de reais em um esquema de fraudes.O diretor da unidade, Heitor Fernando Xediek Consani, que está entre os presos, foi afastado do cargo. Segundo a polícia, ele chefiava o esquema há cerca de três anos. A Secretaria do Estado da Saúde decretou intervenção no hospital, que atende 48 municípios da região.
De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa, que era chefiada pelo ex-diretor do CHS Ricardo José Salim, desviava verbas destinadas ao pagamento de plantões a servidores do hospital, direcionando-as para beneficiários que não cumpriam suas jornadas de trabalho.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, acompanhou o trabalho da polícia.
A operação, batizada de Hipócrates em homenagem ao pai da medicina, começou a partir de denúncias dos próprios funcionários do Hospital Regional de Sorocaba, que atende a 48 cidades.
De acordo com o promotor público Wellington Veloso, o esquema contava com funcionários fantasmas. Os profissionais receberiam por plantões que nunca eram realizados.
“Há casos de funcionários com vínculos em até quatro hospitais. As pessoas estariam em mais de um lugar ao mesmo tempo, o que é impossível”, disse. O grupo também realizava fraudes em licitações e desvio de verbas. “Médicos que nunca estiveram no hospital eram pagos pelo trabalho.”
A Secretária executiva do Gaeco (o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Sorocaba, Maria Aparecida Rodrigues Mendes Castanho, informou que cerca de 40 a 60 pessoas podem estar envolvidas nessa quadrilha.
Todos os suspeitos são diretores do hospital, médicos, dentistas e enfermeiros. “Ainda não podemos precisar o valor, mas é certo que esse desvio de dinheiro público está na escala de milhões de reais”, afirma.
Os presos serão mantidos no CPI-7 (Comando da Polícia Militar do Interior). “A prisão temporária é válida por cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco, caso haja necessidade”, disse Maria Aparecida. “Vamos ouvir o depoimento de cada um e tentar descobrir os detalhes do funcionamento desse esquema de fraudes.”
O titular da Delegacia Antissequestro de Sorocaba, Wilson Negrão, explicou que não há prazo para o fim das investigações. “Existem muitos documentos para serem analisados, por isso não podemos precisar quando esse caso será encerrado”, diz Negrão. “O que sabemos é que a população estava sendo claramente atingida pela falta de profissionais para o atendimento.”
Fonte: Uol Notícias
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